Por que estudar música?

 

Por Bárbara Farina

Mestre em Educação 

 

O estudo da música, em suas diferentes possibilidades de aprofundamento, representa muito mais do que a aprendizagem de um instrumento musical específico. O estudo da música envolve o desenvolvimento de uma grande quantidade de habilidades e competências, que levam ao estabelecimento de estruturas mentais e físicas de diferentes complexidades. É, assim, indicado para o desenvolvimento de habilidades motoras, sociais e cognitivas diversas. 

 

Em relação às habilidades motoras, o estudo da música envolve o desenvolvimento da motricidade fina, essencial para diversas atividades (tais como as que um arquiteto ou desenhista irão necessitar na elaboração de um projeto, ou que um cirurgião irá precisar em seus procedimentos). A prática musical também trabalha com a coordenação motora mais geral, pois exige uma movimentação independente de cada um dos braços/mãos. Além, é claro, de trabalhar com o ritmo, que aprofunda tanto a questão da motricidade fina, quanto da coordenação motora mais ampla.

 

O desenvolvimento de habilidades sociais, no estudo da música, é também inquestionável. Nesse sentido, são trabalhadas diversas questões que vão desde um nível mais individualizado (procurando resgatar questões como o excesso de timidez e elevar a autoestima), até um nível mais coletivo (envolvendo a interação com o outro, a necessidade de confiança e de estabelecimento de um trabalho, de fato, coletivo). Além disso, o estudo da música facilita a criação de novos laços de amizade.

 

Por fim, as habilidades cognitivas completam o quadro de benefícios trazidos pelo estudo da música. Diferentes habilidades e competências são desenvolvidas e exercitadas durante o estudo da música. Nesse sentido, pode-se falar no desenvolvimento da memória, da concentração e da organização. Além disso, a música auxilia na leitura de textos (pois exige leitura, compreensão e interpretação constantes), além do aprofundamento nas próprias questões lógico-matemáticas (tendo em vista que todas as fórmulas de compasso, as figuras musicais, os andamentos e tudo mais funciona a partir de lógicas matemáticas bem estabelecidas). Além, é claro, da fundamental habilidade de escutar, interpretar e processar, tão minimizada nos dias atuais, nos quais os estímulos são muitos, mas vividos de forma superficial.

 

Se aprender um instrumento já é bom demais, o que dizer quando esse instrumento traz no seu "bag" esse conjunto extenso de benefícios? Possibilitar o estudo da música pode ser o diferencial na formação do estudante. Formação essa para música, mas também para a vida!